O que é ser Maker?
Segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022
Última modificação: Sexta-feira, 18 de março de 2022

Cultura Maker ou Movimento Maker, tem suas origens relacionadas com as práticas da cultura Do It Yourself (DIY – Faça Você Mesmo). De acordo com essa “cultura moderna”, qualquer pessoa pode construir, consertar, modificar e fabricar objetos, máquinas, projetos e processos com suas próprias mãos.
O Movimento Maker ampliou essa questão em uma vertente mais técnica e tecnológica que avança e desloca meios de produção antes inseridos em estruturas industriais e agora nas mãos das pessoas por meio de práticas que simplificam procedimentos e conferem autonomia para a produção de objetos, máquinas e processos.
O Make It Yourself (MIY – Produza Você Mesmo) absorve a ampla gama de informações disponibilizadas pelas tecnologias da informação e digitais e envolve, cada vez mais, maior número de adeptos.
Considerado como a nova revolução digital, mas com perspectiva física mais evidente do que a virtual, esse movimento permite que indivíduos desenhem e produzam objetos tangíveis de acordo com suas demandas. Nesse espírito, surgiu a proposta da disciplina ministrada por Neil Gershenfeld (2012) denominada “How to Make (almost) Anything”, em 2001, no Center for Bits and Atoms (CBA) do Massachusetts Institut of Technology (MIT). O foco de Gershenfeld (2012), na época diretor do CBA, constituiu em traçar um paralelo entre a computação pessoal e a fabricação pessoal e as fronteiras entre a computação e a física. A disciplina, inicialmente destinada a um pequeno grupo de estudantes pesquisadores interessados em entender como fazer uso dos equipamentos do CBA, motivados em produzir coisas, fez tanto sucesso que, em 2003, se transformou em um projeto de extensão, com apoio da National Science Foundation.
A preocupação da equipe do CBA se centrou em não apenas descrever seu trabalho, mas em fornecer os equipamentos. A montagem de um kit de equipamentos conectados por um software personalizado (laser controlado por computador; impressora 3D; fresadoras em grande e pequena escala controladas por computador; componentes para moldagem e fundição e componentes eletrônicos) constituiu sua base operacional. Dessa maneira surgiu, em dezembro de 2003, o primeiro Fabrication Laboratory ou Fabulous Labs, mundialmente conhecido como Fab Lab., implantado no South End Technology Center, na cidade de Boston. Seu diretor, o ativista Mel King, foi pioneiro na introdução de novas tecnologias para comunidades urbanas por meio da produção de vídeos para acesso à internet.
A partir dessa experiência os Fab Labs se espalharam pelo mundo, da África do Sul à Noruega, da cidade de Detroit ao interior da Índia. Esses laboratórios fazem parte da amplitude do Maker Moviment ou, nas palavras de Gershenfeld (2012), do “high-tech do-it-yourselfers”, na busca por democratizar o acesso aos meios modernos de produzir coisas.
O mundo de possibilidades trazido pela fabricação digital compartilha diversos espaços (acadêmicos e não acadêmicos) ao mesmo tempo em que é um convite irrecusável à reflexão sobre novas formas de trabalhar, de relacionar com pessoas e coisas, de criar e empreender, de fazer uso de tecnologias disponíveis ao nosso redor. É o início de uma nova revolução digital e industrial de grandes proporções da qual a sociedade não pode se esquivar.
Conheça alguns dos Fab Labs espalhados pelo Brasil e o mundo:
Fab Lab Newton – Belo Horizonte






Laboratório Aberto SENAI – Belo Horizonte



